Connosco ao Deus Senhor o mundo inteiro
Venha cantar hossanas de alegria:
Em honra de S. Pedro, o padroeiro,
Está em festa a nossa freguesia.

Nasceu Simão em Betsaida,
Junto ao mar da Galileia.
À pesca o pai se entregava,
Com boa fama na aldeia.

Nas águas de Tiberíades,
Lago de Genesaré,
Também pescava o irmão,
Que tinha o nome de André.

Discípulo do Baptista,
Simpatiza com Jesus
E, o mais depressa que pode,
Simão ao Mestre conduz.

Jesus o nome lhe muda:
- Vais ser Pedro doravante;
Na minha Igreja serás
Da fé divina o garante.

Ao Mestre, que o cativara,
Desde então se afeiçoou.
As redes, barco e família
De pronto logo deixou.

Milagres do Taumaturgo
Teve a dita de observar.
Caná, Tabor e Gerasa
São pontos sempre a fixar.

Bebia a fundo a doutrina
Que o Messias explanava.
Nas horas mais decisivas,
Por Filho Eterno O aclamava.

Mas, triste, cobardemente,
Em fraqueza de espantar,
Perante simples criadas,
O Mestre veio a negar.

Jesus o viu, ao passar;
Com piedade o encarou.
Caíu em si o bom Pedro
E amargamente chorou.

Após a ressurreição,
Protestou o seu amor;
E logo foi confirmado
Da Igreja Sumo Pastor.

Percorre o mundo a pregar
O Evangelho de Jesus.
Confirma a todos na fé,
A todos enche de luz.

No ano quarenta e dois,
De Antioquia a Roma passa;
E põe-se logo a espalhar
De Cristo a fé com a graça.

Escreve a várias Igrejas
Uma carta pastoral;
Exorta o povo fiel
A fuga de todo o mal.

Forçado a sair de Roma,
Como todos os Judeus,
Regrassa a Jerusalém
(Desígnios santos de Deus)

Ali preside a um concílio,
De feição disciplinar;
E volta em breve pra Roma,
A Igreja toda a chefiar.

Segunda carta remete
Aos cristãos que doutrinara.
Pastor e Mestre Supremo,
A Igreja inteira lhe é cara.

A fé divina difunde
Pelo Império, mundo além.
Ao cárcere é condenado,
De cruz à morte também.

Pediu que fosse pregado
De cabeça para o chão.
No ano sessenta e sete,
Entrou de Deus na mansão.